Após terem chegado ao menor patamar de preço do ano em maio, os queijos tiveram uma valorização acentuada ao longo dos últimos 40 dias e puxaram o valor de referência do preço no mercado paranaense. O principal destaque foi a muçarela, cujo preço médio aumentou 47,5% do início de maio a 7 de julho, chegando ao seu segundo maior patamar em dez anos. Os dados foram apresentados em reunião virtual do Conselho Paritário Produtores/Indústria do Paraná (Conseleite-PR), realizada nesta terça-feira (21). O colegiado aprovou o valor de referência projetado de R$ 1,6986, para o leite entregue em julho a ser pago em agosto.
“É impressionante a variabilidade que este derivado [a muçarela] teve no período. Os queijos, que eram os vilões, passaram a heróis”, comparou José Roberto Canziani, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), um dos responsáveis pelo levantamento.
Além da muçarela, outros queijos também tiveram valorização expressiva. De maio ao primeiro decêndio de julho, o preço do queijo prato avançou 33,4% e o do provolone, 14,1%. Parmesão e requeijão tiveram oscilação positiva de 4,8% e 5,6%, respectivamente. Outro ponto que demonstra a força momentânea dos queijos é a relação com o leite UHT. Na média histórica, um quilo de muçarela, por exemplo, corresponde ao preço de sete litros de UTH. Em março, a relação estava inferior a seis. Com a valorização, um quilo da muçarela passou a corresponder a 8,5 litros de UHT.
A última vez que o preço dos queijos teve uma alta tão acentuada em um período curto foi em julho de 2016. Na ocasião, após a valorização súbita, os preços também despencaram rapidamente nos meses seguintes. Por isso, os especialistas fazem um alerta. “É um momento de extrema cautela, porque é um momento atípico. Estamos em um momento em que as variações são muito positivas, mas, em breve, podem ser muito negativas”, apontou a professora Vânia Guimarães, da UFPR, que também elaborou o acompanhamento de mercado.